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Tratamento para o TDAH: estratégias baseadas em evidências científicas

  • Foto do escritor: Aline D'Avila
    Aline D'Avila
  • 14 de mai.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 21 de mai.

Você conhece todos os tratamento para o TDAH? O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades persistentes em manter a atenção, impulsos e/ou níveis regulares de atividade inadequadas para a idade.


Presente em cerca de 5-7% das crianças e 2-5% dos adultos globalmente, o TDAH impacta a vida escolar, profissional e social. Mas como tratar essa condição? Este artigo explora as abordagens mais eficazes para o tratamento do TDAH, com base em pesquisas atuais e diretrizes internacionais.


Entendendo o TDAH


O TDAH é relatado com base em sintomas de desatenção (dificuldade em manter o foco), hiperatividade/impulsividade (agitação ou ações precipitadas) ou ambos, observados por pelo menos 6 meses, em dois ou mais contextos (como casa e escola), com início antes dos 12 anos.


O CID-11 enfatiza o impacto funcional e a necessidade de os sintomas serem inconsistentes com o nível de desenvolvimento da pessoa. O diagnóstico preciso é essencial para orientar o tratamento, que deve ser multimodal, integrando intervenções comportamentais, farmacológicas e apoio psicossocial.


Abordagens de Tratamento Baseadas em Evidências


O tratamento do TDAH é personalizado, considerando a gravidade dos sintomas, idade, comorbidades (como ansiedade ou depressão) e contexto do indivíduo. Abaixo, apresentamos as principais estratégias, reforçadas por diretrizes como as da American Academy of Pediatrics (AAP) e do National Institute for Health and Care Excellence (NICE).


1. Intervenções Comportamentais

As intervenções comportamentais são a base do tratamento, especialmente para crianças pequenas (4-6 anos), conforme recomendado pela AAP (2019). Essas abordagens têm forte evidência de eficácia:


  • Terapia Comportamental : Envolve técnicas como reforço positivo e consequências consistentes para promover comportamentos desejados. Para crianças, o treinamento de pais ensina estratégias para estruturar rotinas e gerenciar comportamentos.

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) : Indicada para adolescentes e adultos, a TCC ajuda a desenvolver habilidades de organização, planejamento e regulação emocional. Estudos (Safren et al., 2021) mostram que o TCC reduz sintomas de desatenção e melhora o funcionamento executivo.

  • Intervenções Escolares : Inclui adaptações como planos individualizados de ensino, pausas estruturadas e feedback frequente. A CID-11 enfatiza a colaboração entre escola, família e profissionais de saúde.


2. Tratamento Farmacológico

A medicação é frequentemente indicada para casos moderados a graves, especialmente em crianças acima de 6 anos, adolescentes e adultos. Pesquisas (Cortese et al., 2020) confirmam a eficácia de medicamentos, que devem ser prescritos por psiquiatras ou neurologistas:

  • Estimulantes : Metilfenidato (ex.: Ritalina, Concerta) e anfetaminas (ex.: lisdexanfetamina) são a primeira linha de tratamento, com taxa de resposta de 70-80%. Eles aumentam os níveis de dopamina e noradrenalina, melhorando a atenção e reduzindo a impulsividade.

  • Não estimulantes : Atomoxetina, guanfacina e clonidina são alternativas para casos em que estimulantes não são eficazes ou causam efeitos colaterais. A atomoxetina é particularmente útil em pacientes com comorbidades como ansiedade.

  • Monitoramento : O DSM-5-TR recomenda acompanhamento regular para ajustar doses e avaliar efeitos adversos, como insônia ou perda de apetite. A decisão do médico deve pesar benefícios e riscos, considerando preferências familiares.


3. Estratégias Psicossociais e Estilo de Vida

Mudanças no estilo de vida complementam o tratamento, com benefícios respaldados por estudos recentes:


  • Rotinas Estruturadas : Horários consistentes para tarefas, sono e refeições reduzidas à desorganização, um desafio central no TDAH (DSM-5-TR).

  • Atividade Física : Exercícios aeróbicos, como corrida ou natação, melhoram a função executiva e reduzem sintomas de hiperatividade (Ng et al., 2017). A NICE recomenda 60 minutos de atividade diária para crianças.

  • Sono : Distúrbios do sono agravam os sintomas do TDAH. Estratégias de higiene do sono, como evitar telas antes de dormir, são cruciais.


4. Apoio Familiar e Escolar

O suporte psicossocial é vital. Para famílias, grupos de apoio e psicoeducação ajudam a entender o TDAH e reduzir estigmas. No ambiente escolar, adaptações como tempo extra para testes ou assentos preferenciais minimizam barreiras. A colaboração entre pais, professores e profissionais de saúde é essencial para o sucesso do tratamento.


Importância do Diagnóstico Preciso


O diagnóstico de TDAH requer avaliação clínica detalhada, incluindo entrevistas, escalas de sintomas (ex.: Conners' Rating Scales) e exclusão de outras condições, como transtornos de aprendizagem ou ansiedade.


O DSM-5-TR destaca a necessidade de sintomas em múltiplos contextos, enquanto o CID-11 enfatiza o impacto funcional. Um diagnóstico correto evita tratamentos inadequados e orienta intervenções eficazes.


Tratamento ao Longo da Vida


O TDAH é uma condição crônica, mas os sintomas podem mudar com o tempo. Em crianças, o foco é o desempenho escolar; em adolescentes, a autoestima e habilidades sociais; e em adultos, a produtividade e relacionamentos.


Ajustes no tratamento são comuns, especialmente durante transições como entrada na universidade ou mercado de trabalho. Pesquisas (Faraone et al., 2021) indicam que a continuidade do tratamento melhora os estágios a longo prazo.


Conclusão


O tratamento do TDAH, quando baseado em evidências e alinhado aos critérios do DSM-5-TR e CID-11, pode transformar vidas.


A combinação de intervenções comportamentais, medicamentos (quando indicado), mudanças no estilo de vida e apoio psicossocial permite que pessoas com TDAH alcancem seu potencial.


Se você ou alguém enfrentará desafios com TDAH, procure profissionais especializados, como psiquiatras, psicólogos ou neurologistas, e pesquise informações confiáveis. Com o suporte certo, o TDAH não precisa ser uma barreira, mas sim uma característica que, bem gerenciada, pode coexistir com uma vida plena e realizada.


Que tal dar o primeiro passo e conversar com um psicólogo? Compartilhe este artigo com outras pessoas ou agende agora mesmo uma consulta.


 
 
 

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