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O que é TDAH: saiba tudo sobre o transtorno de déficit de atenção

  • Foto do escritor: Aline D'Avila
    Aline D'Avila
  • 7 de abr.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 15 de abr.


O TDAH, ou Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, é uma condição de origem neurológica que afeta o funcionamento do cérebro, especialmente nas áreas responsáveis pela atenção, controle de impulsos e organização de tarefas.


Ele geralmente aparece na infância e pode continuar ao longo da vida, afetando o desempenho escolar, profissional e os relacionamentos. Os principais sintomas incluem desatenção, hiperatividade e impulsividade, mas cada pessoa pode manifestar esses sinais de formas diferentes.


Como identificar sinais de TDAH?

Os sintomas do TDAH são geralmente agrupados em duas categorias principais: desatenção e hiperatividade/impulsividade.


Sintomas de desatenção

  • Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas.​

  • Cometer erros por descuido em atividades escolares ou profissionais.​

  • Parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra diretamente.​

  • Não seguir instruções e não finalizar tarefas.​

  • Dificuldade em organizar tarefas e atividades.

  • Evitar ou relutar em envolver-se em tarefas que exigem esforço mental contínuo.​

  • Perder objetos necessários para tarefas e atividades.​

  • Ser facilmente distraído por estímulos externos.​

  • Esquecimento em atividades diárias.​


Sinais de hiperatividade e impulsividade

  • Inquietação, como mexer as mãos ou os pés ou se remexer na cadeira.​

  • Levantar-se em situações nas quais se espera que permaneça sentado.​

  • Correr ou escalar em situações inadequadas.​

  • Incapacidade de brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma.​

  • Estar frequentemente "a mil" ou agir como se estivesse "a todo vapor".​

  • Falar excessivamente.​

  • Responder precipitadamente antes que as perguntas sejam completadas.​

  • Dificuldade em esperar a sua vez.​

  • Interromper ou se intrometer nas conversas ou jogos dos outros.​


Esses sintomas devem ser persistentes, ocorrer em mais de um ambiente (como casa e escola) e prejudicar o funcionamento social, acadêmico ou profissional do indivíduo.​


Quando os comportamentos passam a ser preocupantes

É natural que crianças apresentem, ocasionalmente, comportamentos como desatenção ou hiperatividade. No entanto, no TDAH, esses comportamentos são mais frequentes, intensos e prejudiciais ao funcionamento diário. 


Se os sintomas persistirem por pelo menos seis meses e causarem dificuldades significativas em diferentes ambientes, é aconselhável buscar uma avaliação profissional.​


Como é feito o diagnóstico de TDAH

O diagnóstico do TDAH é clínico e deve ser realizado por profissionais de saúde mental qualificados, como psiquiatras ou psicólogos. O processo envolve:​


  • Avaliação clínica por profissionais de saúde mental:

    A avaliação inicia-se com uma entrevista detalhada para coletar informações sobre o histórico médico, desenvolvimento, comportamento e funcionamento atual do indivíduo.​

  • Aplicação de testes e escalas comportamentais:

    São utilizados instrumentos padronizados que auxiliam na identificação e quantificação dos sintomas. Essas escalas podem ser preenchidas pelo próprio paciente, familiares ou professores, oferecendo uma visão abrangente do comportamento em diferentes contextos.​

  • Entrevistas e observações em diferentes contextos:

    Observações diretas e entrevistas com pessoas próximas ao indivíduo ajudam a compreender como os sintomas se manifestam em diversos ambientes, como casa, escola ou trabalho.​

  • Participação de pais, professores ou parceiros:

    A colaboração de pessoas que convivem diariamente com o indivíduo é fundamental para fornecer informações adicionais sobre o comportamento e possíveis impactos dos sintomas no cotidiano.​


É essencial que os sintomas não sejam melhor explicados por outros transtornos mentais, como ansiedade, depressão ou transtornos de aprendizagem.​


O que pode ser confundido com TDAH?

Algumas condições apresentam sintomas semelhantes aos do TDAH, o que pode levar a diagnósticos equivocados. Entre elas:​


  • Ansiedade: dificuldades de concentração, inquietação e irritabilidade são comuns em transtornos de ansiedade e podem ser confundidos com sintomas de desatenção e hiperatividade.​

  • Depressão: apatia, desmotivação e dificuldades cognitivas podem simular desatenção e falta de iniciativa.​

  • Transtornos de aprendizagem: dificuldades específicas em habilidades acadêmicas podem levar a problemas de atenção e concentração, sendo erroneamente atribuídas ao TDAH.​

  • Problemas de sono: distúrbios do sono podem resultar em fadiga, dificuldade de concentração e irritabilidade, sintomas que se sobrepõem aos do TDAH.​


Essas condições podem coexistir com o TDAH ou até se parecer com ele. Por isso, é fundamental contar com avaliação de um profissional capacitado para identificar corretamente o que está acontecendo.


Tratamentos para TDAH

O tratamento do TDAH é multimodal e pode incluir:​


  • Uso de medicamentos (quando indicados)

Os medicamentos são frequentemente utilizados para ajudar a controlar os sintomas do TDAH. A escolha do medicamento deve ser individualizada, levando em consideração a resposta ao tratamento e os possíveis efeitos colaterais.​


  • Terapias psicológicas (como TCC)

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes para ajudar pessoas com TDAH a lidarem com os desafios do dia a dia. Ela atua diretamente no desenvolvimento de habilidades práticas para:

  1. Melhorar o foco e a organização;

  2. Reduzir comportamentos impulsivos;

  3. Criar rotinas mais estruturadas;

  4. Gerenciar emoções e frustrações;

  5. Aumentar a autoestima e a autoconfiança.


  • Adaptações na rotina e estilo de vida

Alguns ajustes no cotidiano ajudam significativamente no manejo do TDAH. Veja alguns exemplos:

  1. Estabelecer rotinas previsíveis: horários definidos para dormir, estudar, trabalhar e se alimentar ajudam a criar estabilidade.

  2. Dividir tarefas em etapas menores: facilita o foco e evita a procrastinação.

  3. Ambientes com menos distrações: silêncio, iluminação adequada e organização são aliados importantes.

  4. Pausas programadas: para ajudar no gerenciamento do tempo e da energia.


Além disso, atividades físicas regulares e boa qualidade do sono são fundamentais para o equilíbrio emocional e cognitivo de quem convive com o TDAH.


Apoio escolar ou profissional

Em ambientes educacionais e de trabalho, é possível adotar estratégias que favorecem o desempenho da pessoa com TDAH:

  1. Na escola, professores podem aplicar metodologias mais dinâmicas, oferecer orientações claras e permitir ajustes no tempo de provas ou entregas de tarefas.

  2. No trabalho, supervisores podem ajudar na definição de metas claras, na priorização de tarefas e na divisão de projetos em partes menores.

Quando essas adaptações são feitas com empatia e conhecimento, o ambiente se torna mais acessível e colaborativo.


Por que o diagnóstico precoce é tão importante

Quando o TDAH é identificado cedo, a pessoa tem mais chances de desenvolver estratégias para lidar com os sintomas, evitar frustrações, melhorar a autoestima e fortalecer suas relações. Isso vale para crianças, adolescentes e também para adultos que passam anos sem saber por que têm dificuldades com organização, foco ou controle emocional.


O diagnóstico precoce evita uma série de consequências negativas, como:

  • Baixo rendimento escolar;

  • Conflitos familiares e sociais;

  • Problemas emocionais (como ansiedade ou depressão);

  • Sentimento constante de fracasso ou inadequação.


Receber um diagnóstico não deve ser visto como um “rótulo”, mas sim como um ponto de partida para buscar equilíbrio e bem-estar. Agende sua avaliação neuropsicológica para o diagnóstico preciso.


Conclusão: quanto mais informação, melhor o caminho

O TDAH é um transtorno real, complexo e muitas vezes invisível. Mas com informação de qualidade, apoio profissional e estratégias personalizadas, é totalmente possível levar uma vida produtiva, criativa e realizada.

Se você se identificou com os sintomas ou conhece alguém que está passando por isso, o mais importante é não ignorar os sinais. Busque ajuda, converse com especialistas e entenda que o diagnóstico é apenas o começo de um caminho possível — e cheio de conquistas.

Tire suas dúvidas mais comuns sobre TDAH


  • TDAH tem cura?

    O TDAH não tem cura, mas pode ser muito bem gerenciado com tratamento e suporte adequados. Muitas pessoas com o transtorno aprendem a reconhecer seus desafios, desenvolver estratégias e alcançar uma vida produtiva, saudável e equilibrada.

  • Só criança tem TDAH?

    Não. O TDAH é geralmente diagnosticado na infância, mas pode persistir na vida adulta. Os sintomas podem mudar com o tempo — por exemplo, a hiperatividade tende a diminuir, mas a desatenção e a impulsividade podem continuar causando impacto na vida pessoal e profissional.

  • Como saber se eu (ou meu filho) tenho TDAH?

    O ideal é observar se os sinais estão presentes no seu filho há pelo menos seis meses, se ocorrem em diferentes ambientes (como casa, escola e trabalho) e se causam algum prejuízo significativo. Se sim, o mais indicado é procurar um psicólogo, psiquiatra ou neurologista com experiência no assunto.

  • Testes online funcionam?

    Testes online podem ajudar como um primeiro passo, levantando hipóteses. Porém, eles não substituem uma avaliação clínica. O diagnóstico correto só pode ser feito por profissionais de saúde, com base em critérios específicos e uma análise completa do contexto do paciente.


 
 
 

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