Como é feito o diagnóstico de TDAH?
- Aline D'Avila
- 9 de dez. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 16 de abr.
O diagnóstico de TDAH é um processo essencial para quem suspeita do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, uma condição neurobiológica que afeta crianças, adolescentes e adultos.
Caracterizado por desatenção, impulsividade e, em alguns casos, hiperatividade, o TDAH pode impactar a escola, o trabalho e até os relacionamentos. Mas como confirmar se é realmente TDAH?
Duas abordagens principais entram em cena: a avaliação neuropsicológica para TDAH e a consulta psiquiátrica para TDAH. Neste artigo, os leitores descobrirão como cada método funciona, seus benefícios e por que, muitas vezes, eles se complementam para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.
O que é o TDAH Segundo o DSM-5-TR?
De acordo com o DSM-5-TR (American Psychiatric Association, 2022), o TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento marcado por sintomas persistentes que aparecem antes dos 12 anos e interferem em pelo menos dois contextos da vida (como casa e escola).
O manual lista três tipos principais:
Predominantemente desatento: dificuldade em manter o foco e organizar tarefas.
Predominantemente hiperativo-impulsivo: agitação e ações sem pensar.
Combinado: mistura de desatenção e hiperatividade-impulsividade.
Para o diagnóstico de TDAH, o DSM-5-TR exige que pelo menos cinco sintomas (em adultos) ou seis (em crianças) estejam presentes por seis meses ou mais, causando prejuízo significativo.
Mas identificar esses sintomas de TDAH nem sempre é simples, já que eles podem se confundir com ansiedade, depressão ou outros transtornos. É aí que entram as avaliações especializadas.
Análise psiquiátrica para TDAH
A consulta psiquiátrica para TDAH, realizada por médicos especializados, é uma etapa fundamental para o diagnóstico clínico e a definição de intervenções farmacológicas e psicoterapêuticas.
No caso do TDAH, o psiquiatra conduz entrevistas clínicas detalhadas para investigar o histórico de desenvolvimento do paciente, os comportamentos atuais e o impacto funcional dos sintomas em diferentes contextos da vida.
Essa abordagem ajuda a construir uma compreensão aprofundada do quadro clínico. Além disso, a consulta psiquiátrica utiliza os critérios diagnósticos estabelecidos pelo DSM-5-TR (American Psychiatric Association, 2022) para confirmar se o paciente atende aos requisitos clínicos para o diagnóstico de TDAH.
Ferramentas complementares, como escalas de avaliação específicas, também são empregadas, sendo o SNAP-IV uma das mais comuns. Essa escala, preenchida por pais, professores ou pelo próprio paciente, fornece informações valiosas sobre a frequência e a intensidade dos sintomas.
Outro aspecto importante da consulta é a exclusão de outros transtornos que podem coexistir com o TDAH, como transtornos de humor, ansiedade ou abuso de substâncias. Esse cuidado é essencial para evitar diagnósticos imprecisos ou tratamentos inadequados.
Ainda, o psiquiatra avalia a necessidade de intervenção medicamentosa, quando indicada, e realiza o monitoramento contínuo dos efeitos do tratamento ao longo do tempo, ajustando-o conforme necessário para garantir a eficácia e minimizar possíveis efeitos colaterais.
Avaliação neuropsicológica e consulta psiquiátrica
Por fim, a avaliação neuropsicológica e a consulta psiquiátrica são abordagens complementares no diagnóstico do TDAH.
A avaliação neuropsicológica para TDAH oferece um mapeamento detalhado das habilidades cognitivas, emocionais e comportamentais do paciente, enquanto a consulta psiquiátrica assegura que o diagnóstico clínico esteja alinhado aos critérios estabelecidos e direciona as intervenções médicas mais adequadas.
A integração dessas estratégias promove maior precisão diagnóstica, permitindo o desenvolvimento de um plano de tratamento mais abrangente e eficaz. Essa abordagem combinada considera os aspectos biológicos, cognitivos e emocionais do paciente, garantindo cuidados individualizados e completos.
Resumindo...
Aspecto | Avaliação Neuropsicológica | Consulta Psiquiátrica |
Profissional responsável | Psicólogo neuropsicólogo | Psiquiatra |
Foco principal | Funções cognitivas e impacto funcional | Diagnóstico clínico e tratamento |
Instrumentos utilizados | Testes neuropsicológicos padronizados | Entrevista clínica e critérios do DSM |
Abrangência | Diferencia TDAH de outras condições | Confirma o diagnóstico e prescreve remédios, se necessário |
Duração | Geralmente de 6 a 8 horas (em sessões) | Aproximadamente 1 hora por consulta |
Qual escolher: Neuropsicológica ou Psiquiátrica?
A dúvida comum é: qual abordagem é melhor para o diagnóstico de TDAH? A resposta depende do caso. A avaliação neuropsicológica é ideal para quem precisa de um mapa detalhado das dificuldades cognitivas ou suspeita de outros problemas além do TDAH.
Já a consulta psiquiátrica é mais rápida e prática, focando no diagnóstico clínico e no tratamento imediato.
Na prática, elas se complementam. Um psicólogo pode identificar o TDAH e suas nuances, enquanto o psiquiatra confirma o diagnóstico e sugere medicamentos ou terapias. Juntas, garantem uma visão completa.
Por que o diagnóstico de TDAH é importante?
Um diagnóstico de TDAH preciso muda tudo. Sem ele, os sintomas podem ser confundidos com preguiça ou falta de esforço, o que gera frustração. Com ele, abre-se a porta para tratamentos como terapia cognitivo-comportamental (TCC), medicamentos e estratégias de organização, melhorando a qualidade de vida.
Passos para buscar o diagnóstico
Para quem suspeita de TDAH, o caminho é simples:
Observe os sinais: dificuldade de foco, impulsividade ou agitação constante são pistas.
Consulte um especialista: comece com um psicólogo ou psiquiatra, dependendo da necessidade.
Faça a avaliação: seja neuropsicológica ou psiquiátrica, siga as orientações do profissional.
Um diagnóstico bem-feito faz a diferença
O diagnóstico de TDAH não é apenas um rótulo – é o primeiro passo para entender e enfrentar o transtorno. A avaliação neuropsicológica para TDAH oferece detalhes profundos sobre o funcionamento do cérebro.
Combinadas, essas abordagens seguem o DSM-5-TR e garantem precisão, ajudando crianças e adultos a viverem melhor. Se os leitores ou alguém próximo mostram sintomas de TDAH, vale a pena agendar uma consulta com um especialista.
Comments