O que é o Déficit de Atenção?
- Aline D'Avila
- 2 de jun.
- 4 min de leitura
Déficit de atenção, TDAH, dificuldade de foco: você já se pegou perdendo o fio da meada ou conhece alguém que parece "viajar" no meio de uma tarefa? Esses podem ser sinais de déficit de atenção, uma condição que afeta crianças e adultos, atrapalhando a escola, o trabalho ou a vida pessoal.
Por que entender isso importa? Muitas pessoas confundem déficit de atenção com TDAH ou acham que é só "falta de vontade". Com informações claras e baseadas em estudos, como os do DSM-5-TR e da Associação Brasileira de TDAH (ABDA), você pode identificar os sinais e buscar a ajuda certa.
Nesse artigo descomplico tudo para ajudar quem tem dúvidas ou busca apoio!
O que é Déficit de Atenção e TDAH?
Déficit de atenção é uma dificuldade em manter o foco em tarefas, organizar atividades ou lembrar de compromissos. Em certa medida, ele faz parte do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), mas se refere apenas ao tipo desatento, onde a pessoa tem problema para se concentrar, sem ser agitada ou impulsiva. Cerca de 2-5% da população mundial tem TDAH, sendo o tipo desatento comum em crianças e adultos (OMS, 2019).
Como isso aparece no dia a dia? Crianças podem esquecer a lição de casa ou se distrair com qualquer barulho. Adultos podem perder chaves, atrasar prazos ou sentir a mente "voando" em reuniões. Esses desafios, segundo o Journal of Attention Disorders (2023), podem afetar a autoestima e os relacionamentos.
Por que acontece? O déficit de atenção tem causas no cérebro, como diferenças no córtex pré-frontal, que controla a atenção. Fatores genéticos (70-80% de chance de herança) e questões como exposição a toxinas na gravidez também influenciam (Faraone et al., 2021).
Qual a diferença entre Déficit de Atenção e TDAH?
Sim, há uma diferença! O TDAH é um transtorno que inclui três tipos: desatento (déficit de atenção), hiperativo-impulsivo (agitação e impulsividade) e combinado (os dois juntos).
O que é TDAH? O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade é um transtorno que afeta o cérebro, dificultando o foco, a organização ou o controle de impulsos. Ele tem três tipos: desatento, hiperativo-impulsivo e combinado. O déficit de atenção é apenas um desses tipos, não o transtorno inteiro.
Déficit de atenção é diferente? Sim! O déficit de atenção é o tipo desatento do TDAH, onde a pessoa tem dificuldade em se concentrar, mas não é necessariamente hiperativa. Por exemplo, uma criança que "sonha acordada" na escola pode ter déficit de atenção, sem correr ou falar demais.
Como o Déficit de Atenção se manifesta?
Os sintomas do déficit de atenção variam entre crianças e adultos, mas giram em torno da dificuldade em manter o foco, organizar tarefas e gerenciar o tempo. Abaixo, listamos os principais sinais com base no DSM-5-TR:
Em Crianças
Dificuldade em manter a atenção: Não conseguem focar em tarefas escolares ou brincadeiras por longos períodos.
Esquecimento frequente: Perdem objetos (lápis, cadernos, brinquedos) ou esquecem instruções.
Distração fácil: São atraídas por estímulos externos, como barulhos ou movimentos.
Evitação de tarefas complexas: Resistem a atividades que exigem esforço mental prolongado, como lição de casa.
Aparente desatenção: Parecem não ouvir quando falam diretamente com elas.
Em Adultos
Problemas de organização: Dificuldade em gerenciar prazos, compromissos ou tarefas domésticas.
Procrastinação crônica: Adiam projetos ou tarefas importantes.
Esquecimento no dia a dia: Perdem chaves, esquecem reuniões ou compromissos.
Dificuldade em focar: Não conseguem manter a atenção em conversas longas, leituras ou tarefas no trabalho.
Sensação de "mente dispersa": Sentem-se frequentemente "perdidos" em pensamentos.
Um estudo publicado no Journal of Attention Disorders (2023) destaca que adultos com déficit de atenção podem enfrentar dificuldades emocionais, como baixa autoestima ou desafios em relacionamentos, devido à desatenção crônica.
Como o déficit de atenção é diagnósticado?
O diagnóstico do déficit de atenção no TDAH é clínico e deve ser feito por um psiquiatra ou psicólogo especializado. Os critérios, segundo o DSM-5-TR, incluem:
Presença de sintomas: Pelo menos 6 sintomas de desatenção em crianças (ou 5 em adultos) por no mínimo 6 meses.
Início precoce: Alguns sintomas devem aparecer antes dos 12 anos.
Impacto funcional: Os sintomas precisam prejudicar pelo menos dois contextos (ex.: escola e casa, ou trabalho e vida pessoal).
Exclusão de outras causas: Os sintomas não podem ser explicados por outros transtornos, como ansiedade ou depressão.
Ferramentas como questionários padronizados (Conners’ Rating Scales) e entrevistas com pais, professores ou parceiros são usadas para confirmar o diagnóstico. Um estudo de 2022 no American Journal of Psychiatry reforça a importância de avaliar o impacto funcional para evitar diagnósticos equivocados.
Como o déficit de atenção afeta a vida diária?
O déficit de atenção pode trazer desafios significativos da vida, como:
Crianças: Dificuldades acadêmicas, baixa autoestima e problemas sociais devido à desatenção.
Adultos: Desafios no trabalho (atrasos, erros), problemas financeiros por desorganização e dificuldades em relacionamentos.
No entanto, pessoas com TDAH frequentemente apresentam pontos fortes, como criatividade, pensamento inovador e habilidades para resolver problemas de forma única. Com estratégias adequadas, é possível minimizar os impactos e aproveitar essas qualidades.
Estratégias para Lidar com o Déficit de Atenção
Existem várias abordagens para gerenciar o déficit de atenção e melhorar a qualidade de vida. Aqui estão as principais, com base em evidências científicas:
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda a desenvolver habilidades de organização, gerenciamento de tempo e regulação emocional. Estudos mostram que a TCC é eficaz para adultos com TDAH (Safren et al., 2021).
Psicoeducação: Entender o TDAH capacita pacientes e famílias a lidarem melhor com a condição. A ABDA oferece recursos gratuitos para psicoeducação no Brasil.
Adaptações ambientais: Criar rotinas estruturadas, usar lembretes visuais (como planners ou aplicativos) e dividir tarefas em etapas menores pode reduzir a sobrecarga.
Medicação: Medicamentos como metilfenidato ou lisdexanfetamina podem melhorar a atenção em 70-80% dos casos (Cortese et al., 2021). A decisão de usar medicação deve ser feita com um médico.
Apoio educacional: Para crianças, adaptações escolares, como tempo extra em provas, podem ajudar, conforme previsto na Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015).
Busque apoio e viva melhor com TDAH
O déficit de atenção, como parte do TDAH, é mais do que apenas "falta de foco". É uma condição neurobiológica que pode ser gerenciada com diagnóstico correto, estratégias práticas e apoio profissional. Se você ou alguém próximo apresenta sinais de desatenção, consultar um psiquiatra ou psicólogo é o primeiro passo para uma vida mais organizada e produtiva.
Para mais informações, visite o site da Associação Brasileira de TDAH (ABDA) ou procure um profissional de saúde mental. Compartilhe este artigo com quem precisa e ajude a desmistificar o TDAH!
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