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Tudo sobre dificuldade de concentração

  • Foto do escritor: Aline D'Avila
    Aline D'Avila
  • 20 de nov.
  • 8 min de leitura

A dificuldade de concentração é uma condição cada vez mais presente na vida moderna, marcada pela incapacidade de manter o foco em tarefas simples do dia a dia. Ela pode se manifestar como esquecimentos constantes, procrastinação, sensação de mente nebulosa e dificuldade em organizar pensamentos.


Embora muitas vezes seja atribuída ao estresse ou à falta de atenção momentânea, suas causas podem ser muito mais amplas e complexas — envolvendo fatores neurológicos, emocionais, ambientais e até nutricionais.


Esse problema afeta desde crianças em fase escolar até adultos em plena vida produtiva, podendo surgir por conta de hábitos prejudiciais, transtornos como o TDAH, ou ainda pela sobrecarga de estímulos provocada pela era digital.


Neste conteúdo, você entenderá de forma aprofundada o que caracteriza a dificuldade de concentração, por que ela acontece, quais são os sinais mais comuns, como ela se desenvolve desde a infância, o que pode desencadeá-la na vida adulta, e o que é possível fazer para recuperar a atenção e o foco mental de forma prática e eficaz.


O que é dificuldade de concentração?

A concentração é a habilidade de direcionar voluntariamente a atenção para uma tarefa ou estímulo específico, bloqueando distrações internas e externas. Já a dificuldade de concentração se manifesta quando essa habilidade é comprometida, dificultando o raciocínio contínuo, a execução de tarefas simples e até mesmo o engajamento em conversas.


Segundo o Manual MSD, esse sintoma pode ter causas passageiras, como estresse ou sono insuficiente, mas também estar associado a condições mais sérias como TDAH, depressão, distúrbios neurológicos ou desequilíbrios nutricionais.


Além disso, o termo “brain fog” (ou névoa cerebral) descreve perfeitamente a sensação relatada por muitos: mente lenta, confusa, sem clareza, mesmo estando acordado e aparentemente descansado.


Por que não consigo me concentrar?

A dificuldade de concentração pode surgir por uma série de fatores, e os mais recorrentes são:

  • Privação de sono: Dormir mal ou menos do que o necessário compromete a função do córtex pré-frontal, responsável por foco, tomada de decisão e memória de trabalho.

  • Excesso de tecnologia: Estímulos digitais constantes exigem mudanças rápidas de foco, o que sobrecarrega a memória de curto prazo e reduz a concentração sustentada.

  • Estresse e ansiedade: O estado de alerta causado pelo estresse crônico aumenta o nível de cortisol e prejudica áreas do cérebro ligadas à atenção e à memória.

  • Alimentação desequilibrada e desidratação: A deficiência de nutrientes como ferro, magnésio, vitamina B12 e a falta de hidratação afetam diretamente a capacidade cognitiva.

  • Ambientes com muitos estímulos: Locais desorganizados, barulhentos ou caóticos dificultam o foco sustentado.

  • Falta de pausas mentais: O cérebro precisa de intervalos entre períodos de esforço cognitivo. Trabalhar por longos períodos sem pausas reduz drasticamente a performance mental.


Quem tem TDAH tem dificuldade de Foco?


Sim, quem tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) geralmente apresenta dificuldade de concentração como um dos sintomas principais.


Por que isso acontece?

O TDAH é um transtorno neurobiológico que afeta áreas do cérebro responsáveis por funções executivas — como atenção, organização, controle dos impulsos e memória de trabalho. Pessoas com TDAH têm mais dificuldade em:

  • Sustentar a atenção em tarefas por períodos prolongados

  • Evitar distrações (internas e externas)

  • Organizar atividades

  • Finalizar tarefas sem procrastinação


Tipos de TDAH e o impacto na atenção

Existem três tipos principais de TDAH:

  1. Predominantemente desatento – dificuldade intensa de concentração, comum em adultos e muitas vezes sem hiperatividade visível.

  2. Predominantemente hiperativo-impulsivo – impulsividade e inquietação são mais marcantes, mas ainda pode haver desatenção.

  3. Combinado – mistura dos dois quadros acima.


TDAH em adultos

Muitos adultos com TDAH não foram diagnosticados na infância e convivem com sintomas como:

  • Distração crônica

  • Dificuldade de foco em reuniões ou leituras

  • Sensação constante de “mente acelerada”

  • Dificuldade em priorizar tarefas


Se você se identifica com esses sinais, é importante procurar um especialista para avaliação. O diagnóstico correto e o tratamento adequado podem transformar a forma como você lida com o foco e a produtividade.


Quando a baixa concentração acontece desde criança?


Quando a dificuldade de concentração aparece desde os primeiros anos da infância, é essencial olhar com atenção para o desenvolvimento da criança como um todo. Crianças que demonstram desatenção constante, dificuldade de manter o foco em brincadeiras, instruções ou atividades escolares podem estar sinalizando questões além da simples imaturidade.


Essa baixa concentração pode estar relacionada a:


  • TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade): Um dos diagnósticos mais comuns, em que a dificuldade de concentração é persistente e impacta o desempenho escolar e as relações sociais.

  • Transtornos de aprendizagem: Como a dislexia, que afeta a leitura e escrita e pode gerar desatenção como consequência da frustração.

  • Ansiedade infantil: Crianças ansiosas tendem a estar com a mente ocupada por preocupações internas, o que dificulta o foco em atividades externas.

  • Fatores ambientais: Ambiente familiar instável, excesso de estímulos digitais, rotinas desorganizadas e pouco sono também podem comprometer a atenção infantil.


Quanto mais cedo essa dificuldade é identificada, maiores são as chances de intervenção eficaz. Com apoio de psicólogos, neuropediatras, psicopedagogos e educadores, é possível ajudar a criança a desenvolver suas habilidades cognitivas, emocionais e atencionais de forma saudável.


Quais são as causas da dificuldade manter o foco?

A dificuldade de foco pode ser resultado da interação entre fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Entre os principais:


  • Cognitivas e neurológicas: Disfunções no lobo pré-frontal, lesões cerebrais, envelhecimento ou comprometimento cognitivo leve.

  • Fatores emocionais: Depressão, ansiedade generalizada e burnout estão entre os transtornos que afetam diretamente o foco e a clareza mental.

  • Deficiências nutricionais: Falta de ferro, vitamina D, B12, ômega-3 e magnésio impactam a função cerebral.

  • Efeitos colaterais de medicamentos: Antidepressivos, anti-histamínicos e outros podem afetar a atenção.

  • Multitarefa digital crônica: Dividir atenção entre várias atividades (como ler e responder mensagens simultaneamente) reduz a eficácia cognitiva.


Por que há tantos adultos desatentos hoje em dia?


Segundo Harvard Health, o ambiente atual é altamente desfavorável à atenção prolongada. A hiperconectividade, a pressão por produtividade e o bombardeio constante de informações fazem com que o cérebro moderno atue em estado de alerta permanente.


Além disso, vivemos em uma era de hiperestimulação constante, onde a atenção é fragmentada por uma avalanche de informações, notificações e demandas simultâneas. Isso transformou a dificuldade de concentração em um problema cada vez mais comum entre adultos — mesmo entre aqueles sem histórico anterior de desatenção.


As principais razões para esse aumento da desatenção incluem:

  • Excesso de telas e notificações digitais: Estar constantemente conectado a smartphones, redes sociais e aplicativos leva o cérebro a funcionar em estado de alerta contínuo, reduzindo a capacidade de foco profundo.

  • Multitarefa crônica: Tentar realizar várias atividades ao mesmo tempo — como trabalhar, responder mensagens e consumir conteúdo — sobrecarrega o cérebro, que tem sua eficiência reduzida.

  • Estresse e ansiedade generalizada: A pressão por produtividade, performance e velocidade nas entregas cria um ambiente mental exaustivo, em que manter a atenção se torna um desafio.

  • Fadiga mental acumulada: Jornadas longas de trabalho, poucas pausas e ausência de descanso real comprometem as funções cognitivas superiores, incluindo a atenção sustentada.

  • Falta de diagnóstico: Muitos adultos que convivem com desatenção crônica podem ter TDAH não diagnosticado ou não tratado desde a infância. Outros podem sofrer com distúrbios de humor, insônia, depressão ou sobrecarga emocional — todos fatores que reduzem o foco.

Essa realidade exige uma mudança na forma como gerenciamos nossa rotina, ambiente digital, sono e bem-estar mental. Reconhecer os sinais e buscar equilíbrio é fundamental para reverter esse quadro.


Sintomas comuns de falta de concentração


A dificuldade de concentração nem sempre é facilmente percebida — muitas vezes é confundida com desânimo, distração momentânea ou cansaço. No entanto, quando o foco comprometido começa a afetar a rotina, o desempenho e a clareza mental, alguns sinais se tornam frequentes e perceptíveis:


  • Esquecimentos recorrentes: Esquecer compromissos, nomes, tarefas simples ou informações recém-aprendidas.

  • Procrastinação constante: Adiar o início de tarefas, especialmente aquelas que exigem atenção prolongada.

  • Dificuldade para concluir atividades: Começar algo, mas logo perder o interesse ou se distrair antes de finalizar.

  • Sensação de “mente nebulosa” (brain fog): Pensamento lento, confuso, com dificuldade de manter uma linha de raciocínio.

  • Falta de foco em conversas: Desviar a atenção durante diálogos, sem perceber ou lembrar o que foi dito.

  • Maior número de erros por desatenção: Errar ao escrever, fazer cálculos ou tarefas rotineiras devido à distração.

  • Irritação e impaciência: A dificuldade de focar pode gerar frustração, levando à irritabilidade.


Esses sintomas podem surgir de forma leve e esporádica, mas se persistirem ou se intensificarem, é sinal de que algo precisa ser investigado — seja no estilo de vida, na saúde mental ou em fatores neurológicos.


Como melhorar a concentração e recuperar o foco


A boa notícia é que, na maioria dos casos, a dificuldade de concentração pode ser revertida com mudanças de hábitos e estratégias específicas para treinar a atenção e reduzir distrações. Aqui estão as principais práticas recomendadas:


Hábitos diários essenciais

  • Durma bem: O cérebro precisa de 7 a 9 horas de sono de qualidade por noite para restaurar as funções cognitivas, incluindo o foco.

  • Alimente-se com equilíbrio: Inclua alimentos ricos em ômega-3 (como peixes e sementes), vegetais, frutas, proteínas magras e vitaminas do complexo B.

  • Hidrate-se constantemente: Até uma leve desidratação pode afetar a memória e a atenção.

  • Pratique exercícios físicos: Atividades aeróbicas como caminhada, corrida e ciclismo aumentam o fluxo sanguíneo cerebral e melhoram a função cognitiva.


Estratégias práticas para treinar o foco

  • Use a Técnica Pomodoro: Trabalhe em blocos de 25 minutos focado, seguidos por 5 minutos de pausa. Isso evita a fadiga mental e aumenta a produtividade.

  • Organize o ambiente: Um local limpo, silencioso e sem excesso de estímulos visuais reduz distrações externas.

  • Desconecte-se de notificações: Estabeleça horários específicos para checar e-mails, redes sociais e mensagens.

  • Pratique mindfulness: A meditação focada na respiração ou em sons ajuda a treinar a atenção plena e a reduzir a impulsividade mental.

  • Crie listas de tarefas claras: Saber exatamente o que precisa ser feito evita dispersão e ajuda a priorizar com mais eficiência.

  • Faça pausas ativas: Levante, alongue-se ou caminhe brevemente entre tarefas para oxigenar o cérebro e retomar o foco com mais clareza.


Com constância, essas práticas contribuem para uma rotina mais organizada, uma mente mais calma e uma atenção mais sustentada, mesmo em contextos exigentes ou de alta distração.


Quando procurar ajuda profissional


Se a dificuldade de concentração compromete sua rotina, suas relações e sua qualidade de vida, é hora de buscar suporte. Os sinais de alerta incluem:


  • Piora progressiva da atenção

  • Quedas de desempenho no trabalho ou nos estudos

  • Esquecimentos que impactam sua autonomia

  • Presença de sintomas emocionais, como tristeza ou irritabilidade


Profissionais como neurologistas são capacitados para identificar causas clínicas, aplicar testes cognitivos e orientar o melhor tratamento.


Perguntas Frequentes


  • Por que não consigo manter o foco?

Por múltiplos fatores: falta de sono, estresse, alimentação inadequada, distrações digitais ou até condições médicas como TDAH.

  • Quem tem TDAH tem dificuldade de foco?

Sim. A desatenção é um dos sintomas mais comuns do TDAH, junto com impulsividade e inquietação.

  • O que é dificuldade em manter o foco?

É a incapacidade de sustentar a atenção em uma atividade, interferindo na produtividade, aprendizado e memória.

  • Quais são as causas da dificuldade em focar?

As causas vão desde hábitos prejudiciais e estresse até distúrbios neurológicos, emocionais ou hormonais.


Conclusão


A dificuldade de concentração pode ser muito mais do que um sintoma passageiro de cansaço ou estresse, ela pode indicar sobrecarga cognitiva, disfunções atencionais ou até transtornos como o TDAH. Quando os sinais se tornam persistentes e comprometem o funcionamento diário, o acompanhamento especializado se torna fundamental.


O olhar de uma neuropsicóloga é essencial para investigar as causas dessa dificuldade, diferenciar padrões comportamentais de alterações clínicas e orientar intervenções assertivas.


Com uma avaliação adequada, é possível desenvolver estratégias personalizadas que promovam a recuperação do foco, da produtividade e da qualidade de vida.


 
 
 

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