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Desregulação emocional no TDAH

  • Foto do escritor: Aline D'Avila
    Aline D'Avila
  • 25 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: há 4 dias

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é amplamente reconhecido por seus desafios centrais relacionados à atenção, impulsividade e hiperatividade.


No entanto, uma dimensão frequentemente negligenciada é a dificuldade no controle emocional, que pode afetar significativamente a vida social, acadêmica e profissional de indivíduos com TDAH.


Entendendo a Desregulação emocional no TDAH


Pessoas com TDAH frequentemente experimentam intensidades emocionais maiores e maior dificuldade em regular essas emoções, fenômeno conhecido como desregulação emocional.


Estudos (Barkley, 2015) sugerem que esse problema está associado a déficits no funcionamento do córtex pré-frontal, que desempenha um papel crucial na inibição de respostas impulsivas e na regulação emocional. Essa dificuldade pode se manifestar de várias formas, como:


  • Explosões emocionais: reações exageradas a eventos triviais.

  • Dificuldade em se acalmar: prolongamento das emoções negativas, como raiva ou frustração.

  • Empatia excessiva: absorção intensa dos sentimentos de outras pessoas.

  • Mudanças de humor rápidas: transições abruptas entre emoções opostas.


A desregulação emocional no TDAH não é um "defeito de caráter", mas sim uma expressão de alterações neurobiológicas que influenciam o sistema límbico e a capacidade de autocontrole.



Estratégias para Controlar as Emoções


A Terapia Cognitivo Comportamental é uma abordagem psicoterapêutica baseada na identificação e modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais.


No contexto do TDAH, ela se mostra eficaz para lidar com dificuldades emocionais, proporcionando ferramentas práticas para aumentar o autocontrole. Abaixo estão algumas estratégias validadas:


1. Identificação dos Pensamentos Automáticos

Pessoas com TDAH muitas vezes têm pensamentos automáticos negativos (ex.: "Eu nunca consigo fazer nada certo"). Identificar esses pensamentos é o primeiro passo para desarmá-los. Após uma reação emocional intensa, anote o que você pensou no momento e avalie se o pensamento é baseado em fatos ou suposições.


2. Reestruturação Cognitiva

Reformular pensamentos automáticos pode ajudar a reduzir reações emocionais extremas. Substitua "Eu estraguei tudo, meu dia está arruinado" por "Foi um erro, mas posso aprender e seguir em frente".


3. Técnicas de Relaxamento

Métodos como respiração diafragmática, mindfulness e relaxamento muscular progressivo ajudam a reduzir o impacto das emoções intensas. Quando sentir que está perdendo o controle, pratique a respiração 4-4-4 (inspire por 4 segundos, segure por 4 segundos, expire por 4 segundos).


4. Planejamento para Situações de Estresse

Antecipar situações que podem gerar frustração e preparar respostas apropriadas pode evitar explosões emocionais. Se discussões com familiares ou conjuges são frequentes, planeje frases neutras como "Vou pensar sobre isso e respondo depois".


5. Criação de um Diário Emocional

Registrar emoções diárias ajuda a identificar padrões e situações gatilho. Use um diário para descrever o evento, o sentimento, o pensamento e uma resposta alternativa mais equilibrada.


6. Apoio Social e Comunicação Assertiva

Fortalecer a comunicação ajuda a expressar emoções de maneira construtiva e evitar conflitos. Pratique frases iniciadas por “Eu” para comunicar sentimentos sem acusar (ex.: "Eu me sinto frustrado quando...").


  1. Apoio profissional

A Terapia Cognitivo Comportamental, aliada a intervenções neuropsicológicas, oferece ferramentas eficazes para o controle emocional no TDAH. A terapia auxilia na modulação emocional, no desenvolvimento de habilidades de autocontrole e na melhoria da qualidade de vida.


Tratamento no controle emocional no TDAH


O controle emocional no TDAH é um desafio legítimo, mas pode ser trabalhado com as ferramentas certas. A Terapia Cognitivo Comportamental oferece uma estrutura eficaz para entender e modificar padrões emocionais e comportamentais, promovendo maior equilíbrio emocional.


A prática regular dessas estratégias, aliada ao apoio profissional e, se necessário, ao tratamento medicamentoso, pode trazer grandes melhorias na qualidade de vida.


Se você ou alguém que conhece enfrenta dificuldades emocionais relacionadas ao TDAH, procure orientação de um profissional especializado para iniciar um plano personalizado.


Está precisando de uma avaliação neuropsicológica? Descubra como ela pode ajudar você clicando no link abaixo:






Referências

  • American Psychiatric Association. (2022). DSM-5-TR: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Artmed.

  • Barkley, R. A. (2015). Attention-deficit hyperactivity disorder: A handbook for diagnosis and treatment. Guilford Press.

  • Malloy-Diniz, L. F., Sedó, M., Fuentes, D., & Leite, W. B. (2018). Neuropsicologia: Teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.

 
 
 

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