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Saiba os desafios do TDAH no relacionamento

  • Foto do escritor: Aline D'Avila
    Aline D'Avila
  • 16 de dez. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 16 de abr.

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é conhecido por sintomas como desatenção, impulsividade e hiperatividade, mas seus efeitos vão muito além do trabalho ou da escola.


Para quem vive com o transtorno, o TDAH em relacionamentos amorosos pode trazer desafios únicos, influenciando namoros, casamentos e até a conexão emocional com o parceiro.


Muitos casais enfrentam tensões causadas por dificuldades de comunicação, descontrole emocional ou problemas na gestão do tempo. Apesar disso, com compreensão e estratégias práticas, é possível construir relações mais harmoniosas.

Como o TDAH afeta relacionamentos?


O TDAH em relacionamentos amorosos pode criar barreiras que, sem manejo adequado, desgastam a conexão entre os parceiros. Pesquisas, como as de Barkley (2015), mostram que a desatenção típica do transtorno pode ser confundida com falta de interesse.


Imagine uma conversa importante em que a pessoa com TDAH se distrai – o parceiro pode se sentir ignorado, mesmo que isso não seja intencional. Esse mal-entendido é comum no TDAH e namoro, onde a conexão emocional ainda está se formando.


A impulsividade também é um desafio frequente. Explosões de raiva ou respostas emocionais exageradas, destacadas por Hallowell e Ratey (2011), podem transformar discussões simples em conflitos intensos.


O TDAH no casamento, pode gerar um ciclo de tensões, especialmente se o parceiro sem TDAH não entende a origem dessas reações. Além disso, a procrastinação e o esquecimento – como deixar de lado tarefas domésticas ou esquecer aniversários – são interpretados como descaso, segundo Malloy-Diniz et al. (2010), o que aumenta a frustração mútua.


Principais desafios do TDAH em relacionamentos


Para entender melhor o impacto do TDAH em relacionamentos amorosos, vale destacar os problemas mais relatados:

  • Desatenção: a dificuldade em manter o foco faz o parceiro sentir que não é prioridade.

  • Impulsividade: decisões precipitadas ou interrupções constantes atrapalham a comunicação.

  • Desregulação emocional: mudanças rápidas de humor, conforme a American Psychiatric Association (202 (2022), criam instabilidade no relacionamento.

  • Baixa autoestima: a autocrítica após conflitos pode levar a pessoa com TDAH a se sentir inadequada, afetando a confiança no relacionamento.


Esses desafios, embora comuns, não são intransponíveis. Compreender como o TDAH em relacionamentos amorosos funciona é o primeiro passo para enfrentá-los.


TDAH e Namoro: os primeiros obstáculos


No início de um relacionamento, o TDAH e namoro pode trazer dificuldades específicas. A desatenção pode dificultar a construção de intimidade, enquanto a impulsividade pode levar a mal-entendidos.


Por exemplo, uma pessoa com TDAH pode fazer planos impulsivos sem consultar o parceiro, gerando frustração. Hallowell e Ratey (2011) sugerem que, nessa fase, a comunicação clara é essencial para evitar que pequenos problemas se tornem barreiras.


TDAH no Casamento: desafios a longo prazo


No TDAH no casamento, os desafios evoluem. A gestão do tempo e a divisão de responsabilidades domésticas frequentemente viram pontos de tensão. Esquecer compromissos ou adiar tarefas pode fazer o parceiro sem TDAH sentir que carrega o relacionamento sozinho.


Barkley (2015) destaca que, com o tempo, esses padrões podem minar a confiança mútua, tornando o suporte profissional ainda mais importante.

Estratégias para lidar com TDAH em relacionamentos amorosos


Felizmente, o TDAH em relacionamentos amorosos não precisa ser uma sentença de fracasso. Existem estratégias práticas para fortalecer o vínculo:


  • Educação mútua: aprender sobre o TDAH, ajuda o parceiro a entender que certos comportamentos não são pessoais. Livros como Driven to Distraction (Hallowell e Ratey, 2011) são ótimos pontos de partida.

  • Comunicação assertiva: conversas regulares sobre expectativas e sentimentos, usando técnicas como a comunicação não violenta de Rosenberg (2003), promovem entendimento.

  • Ferramentas organizacionais: agendas, alarmes e aplicativos, recomendados por Malloy-Diniz et al. (2010), ajudam a lembrar datas e tarefas, mostrando compromisso com o parceiro.

  • Gestão do tempo: reservar momentos exclusivos para o relacionamento evita que o TDAH o deixe em segundo plano (Barkley, 2015).


O Papel da Terapia no Relacionamento


A terapia, especialmente a Cognitivo-Comportamental (TCC), é um recurso valioso para casais lidando com TDAH em relacionamentos amorosos. A American Psychiatric Association (2022) aponta que a TCC ensina habilidades práticas, como controle de impulsos e resolução de conflitos.


Sessões conjuntas ou individuais podem ajudar o casal a alinhar expectativas e construir uma parceria mais sólida.


Ajuda profissional para tratamento de TDAH


Contar com a ajuda de um terapeuta, especialmente a terapia cognitivo comportamental, também pode ser um diferencial. A American Psychiatric Association (2022) sugere que a orientação profissional pode ensinar ao casal habilidades práticas para lidar com as características do TDAH, fortalecendo o vínculo e promovendo uma maior harmonia.


A gestão do tempo e a priorização são outras estratégias essenciais. Dividir o tempo entre responsabilidades pessoais e o relacionamento, além de separar momentos específicos para o parceiro, ajuda a equilibrar as demandas do dia a dia e evita que o relacionamento fique em segundo plano (Barkley, 2015).


Além disso, a prática de mindfulness e regulação emocional pode ser muito benéfica. Técnicas como meditação e exercícios de respiração consciente auxiliam no controle de impulsos e na resposta a situações de estresse.


Gostou deste artigo? Não deixe de conferir meu outro artigo sobre o (Des)Controle das Emoções, onde você encontrará dicas e técnicas cientificamente embasadas para lidar com suas dificuldades emocionais!


Está precisando de ajuda para lidar com TDAH no seu relacionamento? Agende uma consulta e descubra como um tratamento adequado pode ajudar você e seu parceiro(a)





 
 
 

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