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Como procurar por uma Avaliação Neuropsicológica?

  • Foto do escritor: Aline D'Avila
    Aline D'Avila
  • 18 de nov. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 8 de jul.

A avaliação neuropsicológica é uma etapa importante para o diagnóstico de transtornos como TDAH, dislexia e transtornos de ansiedade, entre outros. Contudo, para que os resultados sejam confiáveis e o tratamento adequado, é fundamental que os pacientes tomem alguns cuidados ao escolher um profissional.


Este artigo apresenta orientações essenciais para que você, como paciente, possa se resguardar e saber como procurar por uma Avaliação Neuropsicológica, garantindo um diagnóstico preciso e seguro.


  1. Verifique a Qualificação do Profissional


O primeiro passo ao buscar uma avaliação neuropsicológica é garantir que o profissional tenha a qualificação necessária. O psicólogo responsável pela avaliação deve possuir experiência e formação em neuropsicologia, além de estar registrado no Conselho Regional de Psicologia (CRP).


Neuropsicólogos experientes possuem uma combinação de conhecimentos teóricos e práticos, essencial para uma análise cuidadosa e fundamentada dos transtornos cognitivos. Além disso, procure saber se o profissional tem experiência com o tipo de diagnóstico que você busca.


Profissionais especializados em transtornos do neurodesenvolvimento, como TDAH e dislexia, por exemplo, terão mais familiaridade com os testes e escalas mais adequados para esses casos.


2. Certifique-se de que os Testes Utilizados são Validados


Os testes neuropsicológicos utilizados no Brasil precisam ser validados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Isso significa que os instrumentos foram estudados e adaptados para a população brasileira, garantindo que os resultados sejam confiáveis e representem de fato as habilidades ou dificuldades do paciente.


O uso de testes não validados pode levar a diagnósticos imprecisos e tratamentos inadequados. Para se resguardar, você pode questionar o profissional sobre quais testes ele pretende utilizar na sua avaliação e verificar se estão registrados no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) do CFP.


Testes amplamente utilizados, como o WISC-IV (para avaliação de inteligência em crianças) e a NEPSY-II (bateria para avaliação de funções neuropsicológicas em crianças), são exemplos de instrumentos validados e confiáveis.


3. Cuidado com o Uso de Escalas Isoladas


Embora escalas padronizadas, como o SNAP-IV (usado para TDAH), CBCL, Conners e ASRS18, sejam ferramentas importantes na avaliação, elas não devem ser utilizadas de forma isolada para fechar um diagnóstico.


Uma avaliação neuropsicológica completa deve ser multidimensional, levando em conta diversos aspectos do funcionamento cognitivo e comportamental do paciente, além de dados clínicos e a história de vida.


Pacientes podem se resguardar perguntando ao profissional se ele faz uso de outras fontes de informação além das escalas, como entrevistas clínicas e observações. Esse cuidado reduz o risco de diagnósticos equivocados ou falso-positivos, que podem levar a intervenções desnecessárias.


4. Desconfie de Diagnósticos Muito Rápidos


Um processo de avaliação neuropsicológica detalhado requer tempo. Desconfie de diagnósticos realizados em uma única sessão ou em processos muito rápidos. Avaliar questões complexas, como dificuldades de atenção ou distúrbios de aprendizagem, demanda um estudo do comportamento e do desempenho do paciente em diversas tarefas e contextos.


Se o profissional não dedica tempo suficiente para a aplicação dos testes e entrevistas, ou se você sente que as conclusões são precipitadas, vale a pena buscar uma segunda opinião.


5. Certifique-se de que o Profissional Integra os Resultados de Diferentes Fontes


Um bom neuropsicólogo integra os dados dos testes com outras informações importantes, como a história clínica do paciente, relatos de familiares e a observação direta do comportamento. Isso é essencial para entender o quadro completo e evitar erros de diagnóstico.


Pergunte ao profissional como ele estrutura o processo de avaliação e se utiliza diversas fontes de dados para chegar a uma conclusão diagnóstica. Leandro Malloy-Diniz e colaboradores (2010) ressaltam que os diagnósticos devem sempre considerar uma abordagem holística, onde fatores cognitivos, emocionais e contextuais são integrados para fornecer uma visão precisa.


6. Tenha Cuidado com Diagnósticos Falso-Positivos


Um diagnóstico errado pode causar muitos danos, tanto emocionais quanto financeiros, e até levar a tratamentos inadequados. Isso é particularmente perigoso quando se trata de transtornos como TDAH e dislexia, que muitas vezes são diagnosticados incorretamente devido ao uso inadequado de testes ou escalas.


Para se proteger de diagnósticos falso-positivos, é importante garantir que o profissional esteja utilizando uma combinação de testes validados, um protocolo de avaliação completo e que leve em conta a singularidade de cada paciente. Uma avaliação baseada em testes isolados ou incompletos pode resultar em um diagnóstico incorreto, levando o paciente a intervenções desnecessárias ou inadequadas.


7. Confirme se o Profissional Fornece um Laudo Completo


Ao final da avaliação, o profissional deve fornecer um laudo completo e detalhado, com base nos resultados dos testes, entrevistas e observações. Esse documento é importante para a continuidade do tratamento, seja ele psicológico, médico ou educacional. Certifique-se de que o laudo fornecido seja claro, com informações específicas sobre os resultados e as recomendações para o seu caso.


Conclusão


A escolha do profissional correto é fundamental para garantir uma avaliação neuropsicológica precisa e confiável. Ao seguir as orientações apresentadas neste artigo, você estará mais preparado para identificar profissionais qualificados, que utilizam instrumentos validados e seguem protocolos adequados.


Isso garantirá que você receba um diagnóstico preciso, que poderá ajudar a traçar o melhor caminho para o tratamento das suas dificuldades.





Referências

  • MALLOY-DINIZ, L. F., SEDO, M., FUENTES, D., & LEITE, W. B. (2010). Neuropsicologia: Teoria e Prática. Artmed.

  • MALLOY-DINIZ, L. F., PARENTE, M. A., & ABREU, N. (2021). Novas Perspectivas em Neuropsicologia Clínica. Artmed.

  • CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP). (2024). Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos – SATEPSI. Acesso em: [https://satepsi.cfp.org.br](https://satepsi.cfp.org.br).

  • BARKLEY, R. A. (2021). Attention-Deficit Hyperactivity Disorder: A Handbook for Diagnosis and Treatment. Guilford Press.


 
 
 

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