top of page

Como o final de ano afeta quem tem TDAH?

  • Foto do escritor: Aline D'Avila
    Aline D'Avila
  • 20 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de mai.

Você sabe como o final de ano afeta quem tem TDAH? O final de ano é uma época marcada por reflexões, balanços pessoais e planejamento para o futuro. Para indivíduos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), esse período de festas, encerramento de ciclos e início de novos projetos podem desencadear uma mistura de sentimentos, como ansiedade, tristeza e euforia.


Estudos sugerem que indivíduos com TDAH apresentam maior sensibilidade emocional, caracterizada por oscilações frequentes e dificuldade em regular as emoções (Barkley, 2015).


Além disso, expectativas irrealistas sobre realizações passadas ou metas futuras podem alimentar sentimentos de frustração e baixa autoestima.


Distorções cognitivas no TDAH: como elas afetam a percepção do ano?


Pessoas com TDAH apresentam distorções cognitivas que afetam sua percepção de si mesmas e das suas experiências, especialmente em momentos de pressão como o final do ano.


Um exemplo comum é o pensamento tudo ou nada, que leva o indivíduo a enxergar o ano como completamente bem-sucedido ou como um fracasso total, desconsiderando os aspectos intermediários e as nuances das experiências (Antshel et al., 2020).


Outra distorção recorrente é a desqualificação do positivo, em que conquistas importantes são minimizadas, enquanto os erros ou metas não alcançadas ganham destaque desproporcional. Isso pode intensificar sentimentos de inadequação e insatisfação (Young & Bramham, 2021).


Por fim, a catastrofização também é comum, como antecipar que o próximo ano será igualmente ou ainda mais desafiador, ignorando a possibilidade de experiências positivas ou melhores (Neff & Germer, 2013).


Esses padrões de pensamento podem gerar sentimentos de culpa, ansiedade e desespero, especialmente quando combinados com a pressão social para celebrar e se engajar em atividades festivas.


E como lidar/superar esses desafios do TDAH?


Praticar a Autocompaixão

Estudos indicam que indivíduos com TDAH se beneficiam de abordagens que promovem a autocompaixão, ajudando a reduzir sentimentos de culpa e autojulgamento (Neff & Germer, 2013).


Estabelecer Metas Realistas

Trabalhar com metas específicas, mensuráveis e alcançáveis reduz a probabilidade de se perder em objetivos difusos ou inalcançáveis. Essa abordagem é enfatizada na Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), que é amplamente eficaz para o manejo do TDAH (Young & Bramham, 2021).


Reduzir a Sobrecarga Social

Participar de eventos sociais é importante, mas o excesso pode levar a esgotamento emocional. Planejar descansos entre compromissos é essencial para manter o equilíbrio.


Praticar a Gratidão

Estudos mostram que a gratidão pode melhorar o humor e reduzir a ansiedade, ajudando indivíduos com TDAH a reconhecerem aspectos positivos do ano que passou (Emmons & McCullough, 2003).


O final de ano pode ser um período particularmente desafiador para pessoas com TDAH, mas também oferece uma oportunidade de autoconhecimento e crescimento pessoal. Com as ferramentas adequadas, como a Terapia Cognitivo Comportamental e práticas de autocompaixão, é possível transformar este momento em um catalisador para um novo ciclo mais equilibrado e positivo.


Você sente que precisa de mais clareza sobre seus desafios cognitivos ou emocionais? A avaliação neuropsicológica, realizada em Belo Horizonte, pode ser o primeiro passo para entender suas dificuldades e encontrar soluções eficazes. Clique no link abaixo e saiba como posso ajudar você!





Referências

  • Antshel, K. M., Faraone, S. V., & Gordon, M. (2020). Cognitive Behavioral Therapy for ADHD in Adults: Evidence-Based and Promising Adaptations for Adults Living with ADHD. Cognitive and Behavioral Practice, 27(1), 45-56.

  • Barkley, R. A. (2015). Attention-Deficit Hyperactivity Disorder: A Handbook for Diagnosis and Treatment. Guilford Press.

  • Emmons, R. A., & McCullough, M. E. (2003). Counting Blessings Versus Burdens: An Experimental Investigation of Gratitude and Subjective Well-Being in Daily Life. Journal of Personality and Social Psychology, 84(2), 377-389.

  • Neff, K. D., & Germer, C. K. (2013). A Pilot Study and Randomized Controlled Trial of the Mindful Self-Compassion Program. Journal of Clinical Psychology, 69(1), 28-44.

  • Young, S., & Bramham, J. (2021). Cognitive-Behavioral Therapy for ADHD in Adolescents and Adults: A Psychological Guide to Practice. Routledge.

 
 
 

Comments


bottom of page